O Grupo de Trabalho
foi criado em 1994, no Simpósio da ANPEPP, para discutir a relação entre teoria
e prática, sob a coordenação de Marília Ancona-Lopez e, em 1996, o coletivo
inicial se divide em dois, um para tratar do tema da Religião, ainda sob a
coordenação de Marília Ancona-Lopez e, outro, permanecendo no tema das relações
entre teoria e prática, sob a coordenação da Profa. Henriette Tognetti Penha Morato.
O Grupo
de Trabalho Práticas Psicológicas em Instituições: atenção, desconstrução
(GT-PPI) assume o intuito principal de discutir a relação entre teoria e
prática da ação de psicólogos, realizada em instituições públicas e privadas,
enfatizando sua inserção nos mais diversos contextos de educação e saúde, tendo
o aporte teórico principalmente da Fenomenologia Existencial e das diversas
vertentes da Fenomenologia.
A partir de
1998, concentrou sua produção de conhecimento no campo das pesquisas
participantes e interventivas, focalizando as práticas psicológicas em
instituições públicas e privadas no campo da educação e saúde. O conceito de
instituição foi posto em discussão, tomando como um dos eixos centrais o
problema do singular nos contextos de intensa institucionalização. Nessa direção, expandiu-se a noção de
instituição para compreendê-la em suas formações historicamente sedimentadas em
modos cotidianos impessoais de existência.
Em 2008, na
comemoração dos 10 anos do GT, foi feita uma análise de sua produção
considerando as práticas, as metodologias e os contextos das pesquisas
realizadas por seus participantes. Tal análise possibilitou a apropriação de
uma pluralidade rica de perspectivas metodológicas (participante de cunho
etnográfico, cartográfica, interventiva, genealógica), assim como de contextos
institucionais, para além da saúde e da educação, strito sensu, como conselhos
tutelares, delegacias de polícia, lares abrigados, entre outros. Na esfera das
práticas psicológicas, destacaram-se o plantão psicológico, o plantão
psicológico educativo, supervisões de apoio psicológico, grupos de encontro
focados em processos de trabalho, atendimento psicoterapêutico, matriciamento,
entre outras, no âmbito da clínica psicológica, da clínica ampliada e das
políticas públicas sociais.
Do ponto de
vista teórico, foi possível notar uma certa hegemonia do pensamento de Martin
Heidegger, subsidiando a crítica de um humanismo romântico, colocando em
questão noções de sujeito e subjetividade igualmente românticas, no entanto,
sem exclusão de outras leituras fenomenológicas e existencialistas, bem como de
autores capazes de tensionar estas vertentes, como o caso de Friedrich Nietzsche.
A percepção
desta pluralidade e destes tensionamentos levou a uma revisão, que culminou com
a proposição, no Simpósio da ANPEPP de 2012, da assunção positiva e construtiva
desta pluralidade, buscando a constituição de espaço mais amplamente
interdisciplinar, no interior do espectro das fenomenologias, assim como da
busca de maiores acesso e debate com a produção de conhecimento advinda de
pesquisas realizadas junto a programas de extensão, estágios de graduação,
iniciação científica e ensino pelo trabalho, considerando-se o foco nas
práticas psicológicas e sua estreita relação com a formação de psicólogos.
No Simpósio
ANPEPP de 2014, consubstancializaram-se mudanças decididas na direção de
reforçar o GT como lugar de interlocução e criação de rede de saberes, capazes de
integrar pesquisadores de diferentes regiões do Brasil e, também, alguns
envolvidos com a pesquisa e a formação na graduação.
O GT PPI
identifica-se com os matrizes fenomenológicos, com
abertura para o diálogo com outras teorias, reafirmando seu caráter de lugar de
interlocução para as pesquisas realizadas e para o debate teórico-metodológico
no campo das práticas psicológicas em instituições de saúde e educação. As
mudanças tratam, por um lado, portanto, de retomar e afirmar vocações que estão
na origem de sua fundação: partir do estudo das práticas para fazê-las
interrogar a teoria e tomar as diferenças como oportunidade de enriquecimento e
discussão profícuos.
Assim, os membros do GT estão diretamente ligados ao desenvolvimento de
pesquisas de caráter interventivo, prioritariamente desenvolvidas em contextos
públicos, estando vinculados a diversos grupos de pesquisa, localizados em
Universidades de todo o território nacional. Atualmente o GT é coordenado por Maria Luisa Sandoval Schmidt, professora
do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo/USP e cocoordenado por Carmem Lucia Brito Tavares Barreto,
professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Católica
de Pernambuco/UNICAP.
Segue abaixo uma lista dos atuais componentes do GT:
1. Barbara Eleonora Bezerra Cabral - Universidade
do Vale do São Francisco/UNIVASF
2. Carmem Lucia Brito Tavares Barreto -
Universidade Católica de Pernambuco/UNICAP (Vice
- Coordenadora)
3. Darlindo Ferreira de Lima - Universidade do
Vale do São Francisco/UNIVASF.
4. Dulce Mara Critelli - Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo/PUC-SP- Departamento de Filosofia
5. Heloisa Szymanski - Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo/PUC- SP
6. Henriette Tognetti Penha Morato - Universidade
de São Paulo/USP
7. Ianni Régia Scarcelli - Universidade de São
Paulo/USP
8. Marcus Túlio Caldas - Universidade Católica de
Pernambuco/UNICAP
9.
Maria Inês Badaró - Universidade Federal de São
Paulo/UNIFESP
10.
Maria Julia Kóvacs - Universidade de São
Paulo/USP
11.
Maria Luisa Sandoval Schmidt - Universidade de
São Paulo/USP (Coordenadora)
12.
Marie Claire Sekkell - Universidade de São
Paulo/USP
13. Nilson Gomes Vieira Junior - Universidade
Federal do Amazonas/UFAM
14.
Sílvia Raquel Santos de Morais - Universidade do
Vale do São Francisco/UNIVASF
15.
Simone Della Barba Walkoff - Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais/PUC Minas Gerais (Poços de Caldas)
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